Entrevista com Pierre Levy

Segue abaixo um trecho, que apesar de extenso é muito interessante, de uma entrevista de Pierre Lévy ao Programa Roda Viva, apresentado pela TV Cultura no dia 08 de janeiro de 2001. O usuário interessado pode obter maiores esclarecimentos sobre as teorias do filósofo francês sobre cibercultura e inteligência coletiva.

Paulo Markun: [...]Você mencionou no bloco anterior a questão das árvores do conhecimento, [...]. E eu queria que você desse uma explicação relativamente curta do que é isso.

Pierre Lévy: Bem, é um programa de informática que permite aos membros de uma coletividade, que pode ser uma escola, uma empresa, as pessoas de um bairro, uma associação, um grupo comunitário, que permite a todas essas pessoas informar o conjunto de suas qualificações, tudo o que elas sabem e a forma, a ordem pela qual aprenderam. O programa toma todos esses conhecimentos e os coloca sob a forma de uma árvore. E a árvore mostra o conjunto de conhecimentos da coletividade. Portanto, uma coletividade aparece como um espaço de conhecimentos. E, dentro dele, as pessoas podem se localizar. Podem dizer: “Onde estou nessa árvore do conhecimento? Onde estão os outros? O que podem me ensinar? O que posso ensinar? Como podemos nos associar para um projeto? Quais os recursos disponíveis de aprendizado?” De fato, é um tipo de mundo virtual baseado no conhecimento e em como compartilhá-lo.

Paulo Markun: Essa árvore, junto com outras árvores, forma uma floresta?

Pierre Lévy: Sim. É isso. Digamos que podemos considerá-la como uma metáfora. O que é a sociedade? É uma grande floresta onde crescem árvores do conhecimento. E essas árvores são as coletividades. [...]Em vez de considerá-los sob a relação do poder, através de um organograma, por exemplo: “Este é o chefe, este é o subordinado”, posso considerar de outra forma e dizer: “Quais os conhecimentos de toda essa gente? Qual é o seu poder de conhecimento?” É a melhor forma de analisar os grupos humanos. [...]É um tipo de sistema de irrigação ou de grupos que têm muitos conhecimentos e cujas raízes podem atrair dinheiro. É uma equivalência entre conhecimento e dinheiro que, na economia do futuro, será cada vez mais presente entre idéias, conhecimentos e riqueza. [...]Se soubermos nos entender, iremos prosperar. Se houver ciúme, se houver ódio, se criarmos empecilhos para os outros, as folhas vão cair, os galhos vão quebrar. E, depois, há o fogo, que seria o quarto elemento. E seria o sol da consciência, da inteligência, do saber, que ilumina todos esses grupos humanos. Alguns se voltam para a inteligência, para a consciência, e são capazes de colher sua energia e, aí, a coisa vai bem. [...]Estou tentando propor uma nova forma de considerar o funcionamento da sociedade, não mais relacionado ao poder, mas ao conhecimento, intercâmbio e aprendizado.

Quer ler a entrevista na íntegra? Não deixe de acessar o link: http://www.rodaviva.fapesp.br/materia_busca/47/Pierre%20Levy/entrevistados/pierre_levy_2001.htm

Ou assista ao vídeo que traz um breve esclarecimento sobre o tema:
http://www.youtube.com/watch?v=bAVA2T6aYbA


Fonte: <http://www.rodaviva.fapesp.br/materia_busca/47/Pierre%20Levy/entrevistados/pierre_levy_2001.htm> Acesso dia 26/03 às 09h54min.

<http://www.youtube.com/watch?v=bAVA2T6aYbA > Acesso dia 27/03 às 10h25min.